O presente artigo tem por objetivo explorar colocações feitas por Tom Jobim em três oportunidades (1967, 1982 e 1993), analisando as proposições no que diz respeito aos processos envolvidos numa “economia política da música” e suas avaliações de sua própria obra em dois momentos distintos de sua carreira. Parte-se do princípio de que os diversos atores – e não apenas os cientistas sociais – produzem representações sobre o social; nesse sentido, é possível pensar não apenas numa sociologia a partir das relações que se colocam na constituição dos trabalhos musicais, mas, também, identificar uma antropologia colocada nas interpretações dos agentes envolvidos nesses processos.

Palavras-chave: Tom Jobim; Antropologia da Música; Economia política da música; Brasilidade.

A Native Theory of Music: Tom Jobim’s Brazilianness Project
This article intends to explore Antonio Carlos Jobim’s statements in three opportunities (1967, 1982 and 1993), analyzing those propositions on what concerns the processes involved in a “political economy of music” and his evaluations of his own work in two different moments of his carrier. It is taken into consideration that several agents – and not only the social scientists – produce representations of the social world; it is possible, this way, to think not only of a sociology based on the relations that take place in the making of music, but also of a anthropology placed in the interpretations made by the agents working those processes.

Keywords: Antonio Carlos Jobim; Anthropology of Music; Political economy of music; Brazilianness.

Uma teoria nativa da música: o projeto de brasilidade de Tom Jobim