Resumo
Richard Rorty é frequentemente descrito por seus críticos como um filósofo que esposa
um relativismo típico dos pensadores pós-modernos. Mas será este o caso? Neste artigo,
procuro distinguir entre dois sentidos de relativismo, um “fraco” (o reconhecimento da
inexistência de um critério ou fundamento universal que garanta o estatuto de verdade a
alguma crença particular) e outro “forte” (a aceitação da ideia de que, uma vez que não dispomos de tal ancoragem, todas as crenças seriam igualmente válidas). Argumento que o relativismo em sentido “fraco” não é propriamente o relativismo que os críticos imputam a Rorty, mas sim seu arraigado antifundacionismo. Neste sentido, o antifundacionismo de Rorty tangencia o falibilismo, ainda que o próprio Rorty não o reconheça explicitamente.
A segunda parte do artigo dedica-se a examinar a relação entre ceticismo e falibilismo no
pensamento de Rorty.
Palavras-chave: Richard Rorty, Antifundacionismo, Relativismo, Ceticismo
Abstract
Relativism and skepticism in Richard Rorty’s work
Richard Rorty is often seen by his critics as a philosopher who stands for relativism, typical of post-modern thinkers. But is it really the case? In this article, I seek to distinguish between two meanings of relativism: “weak” relativism (the impossibility of a universal criteria or foundation that allegedly could guarantee the truth of any particular belief ), and “strong” (the idea that, once we acknowledge such impossibility, all beliefs are equally valid). I then propose that this “weak” form of relativism isn’t the relativism critics acuse Rorty of, but rather his known antifoundationalism. In this sense, Rorty’s antifoundationalism is closely related to falibilism, albeit Rorty himself fails to admit it explicitly.
The second part of the article is dedicated to examine the relation between skepticism
and falibilism in Rorty’s work.
Keywords: Richard Rorty, antifundacionalism, relativism, skepticism.
Relativismo e ceticismo na obra de Richard Rorty