Fabiano Santos comenta este primeiro conjunto de textos e começa lembrando a difícil relação teórica da esquerda com o tema do Estado, em especial com o da reforma do Estado. A crise dos anos 1970 teria obrigado a uma redefinição de vários paradigmas referentes às relações entre Estado e mercado e esse debate também atingiu o campo da esquerda e da social-democracia. Comenta a necessidade de se pensar possíveis diferenças ou semelhanças entre reformas advindas de governos de esquerda ou liberais e conclui propondo algumas suposições sobre a filiação partidária dos dirigentes públicos no caso do Brasil. Neste caso, segue a tese de que com os governos do PT o país segue uma trajetória similar ao que aconteceu com os países social-democratas e que nomear filiados ao partido do governo é parte da lógica de um governo partidário.

Palavras-chave: esquerda e reformas do Estado, mercado e Estado, PT, social-democracia, partidarização do governo Lula da Silva

Fabiano Santos comments on this first set of papers and begins by referring to the Left’s difficult theoretical relationship with the issue of the state, and especially state reform. According to the author, the crisis of the 1970s forced a redefinition of various paradigms for state-market relations, and this debate also reached the field of the Left and Social Democracy. He comments on the need to analyze possible differences and similarities between reforms that have been introduced by Leftist or Liberal governments, and concludes by proposing some assumptions on the partisan political affiliations of government leaders in the case of Brazil. He adheres to the thesis that with the Workers’ Party Administrations, Brazil has taken a path similar to that of the Social Democratic countries, and that appointing members of the government party to senior positions is part of the logic of a partisan government.

Keywords: Left and state reforms, market and state, PT, Social Democracy, partisan orientation of the Lula da Silva Administration.

A esquerda e a reforma do Estado – comentários