Resumo
As fronteiras externas da União Europeia têm sido progressivamente reforçadas e as medidas que esta mobiliza para controlar os fluxos migratórios de entrada tornadas mais restritivas. Estes processos inserem-se numa estratégia de construção de um “nós-europeu” que implica a simétrica produção dos migrantes do Sul e do Leste como o “outro” face ao qual ele pode ser erigido. Os migrantes que, apesar das crescentes restrições, conseguem entrar no espaço Schengen, são alvo de três estratégias complementares no tratamento da alteridade: exclusão, exploração e responsabilização pelos problemas sentidos pelos nativos europeus.
Palavras-chave: Alteridade; exclusão; “Fortaleza Europa”; migrantes.
Abstract
An Iron Curtain Around the Continent. Production and exclusion of the “other” in “Fortress Europe”. The external borders of the European Union have been increasingly reinforced and the measures it mobilizes to control the migratory flows of entry have become more restrictive. These processes fit into a strategy for the construction of a “European-we” that implies the symmetric production of migrants from the South and from the East as the “other” against which it can be built. The migrants who, despite mounting restrictions, are able to enter Schengen space are the target of three complementary strategies for the treatment of otherness: exclusion, exploitation and responsabilization for the problems felt by native Europeans.
Keywords: Alterity; exclusion; “Fortress Europe”; migrants.
An iron curtain around the continent. Produção e exclusão do “outro” na “Fortaleza Europa”